Metamorfoses (de uma Borboleta)...Capítulo 3

Estou aqui de novo...Sentiram saudades das aventuras da "Borboleta Rosa"?! Pois bem, hoje vou contar mais uma pequena parte...Se bem se lembram, da última vez a pequena Borboleta Rosa aprendeu a viver com a doença que tomou conta do seu corpo...Agora bem mais controlada, a doença, tomou um rumo diferente, ao invés de manter altos os níveis de açucar no sangue, passou a fazer com que os mesmos descessem repentinamente levando assim o organismo da Jovem "Borboleta" a entrar em comas sem que os mesmos fossem sentidos antecipadamente...Agora bem mais crescida, já uma jovem adolescente, a "Borboleta", Rosa, aprende a viver com um novo sentimento, até outrora desconhecido para si...O preconceito...Não uso esta história, para que tenham pena da "Borboletinha"...Apenas para vos contar como se pode ser tão atingido pela má língua, pela difamação e ao mesmo tempo como se pode aprender a renunciar tais sentimentos...A Jovem "Borboleta Rosa", após o tempo de recobro da doença, regressou à escola das adolescentes "Borboletas" vizinhas...Apesar de já serem bem crescidas, não deixam ainda de ser todas crianças e vocês sabem como são as crianças; muito queridas mas também muito intolerantes umas com as outras e no que toca a criticas e a preconceito, criança tal como adulto não fica de fora...Pois é amigos, agora com 12 anos a jovem "Borboletinha" Rosa, via as suas coleguinhas "Borboletas" da escola chamarem-lhe nomes feios, acusarem-lhe de ser drogada (visto que a medicação que toma, tal como a insulina é ingetável...E sempre tem de ser tomada ás refeições)...Enfim cada vez que tinha um coma na escola (e eram frequentes) os "vidros da sua janela" eram apedrejados constantemente com insinuações, com preconceitos, com definições, com perguntas, com coisas que em nada serviam para ajudar a sua  situação...Quero com tudo isto dizer que usamos muitas vezes como arma a difamação, a calúnia, a intolerância, o preconceito, a incapacidade de não viver-mos as nossas próprias vidas e sempre querer-mos viver a vida dos outros...Pensando que com isso não trazemos problemas para aqueles a quem caluniamos, a quem difamamos, a quem olhamos de lado...Nada disso é verdade...Posso garantir-vos que actualmente a "Borboletinha", menina-mulher, Rosa, nunca esqueceu deste pedacinho da  sua história de criança...As calúnias muitas vezes proferidas pelas suas amiguinhas foram ocupando os seus ouvidos...E com o passar do tempo foram ganhando espaço na sua cabeça...Foram fazendo com que ela se sentisse cada dia mais triste, mais diferente, mais desinteressante, menos importante para o mundo e para a vida daqueles que a rodiavam...Graças a Deus tinha uma ótima família que sempre a apoiou e que fez de tudo, com todos os meios para que a "Borboletinha" Rosa, tivesse a ajuda necessária para ultrapassar todo o preconceito, toda a calúnia e viesse a crescer num ambiente saudável coberta de amor...Hoje posso dizer que não existe ninguém a quem ela ame mais do que a si mesma (só assim pode amar os outros), a admiração que tem por si mesma é imensa, a sua auto-estima é completa e preenche-a por inteiro!...Se comento com vocês tudo isto; faço-o apenas por um motivo amigos...Quantas vezes nas nossas vidas nós caluniamos, difamamos, acusamos, apontamos o dedo, sem saber de nada sobre a vida dos outros? Será que paramos para pensar no quanto essas coisas poderão fazer mal para a vida daqueles irmãos de jornada a quem ofendemos com as nossas palavras impensadas, com os nossos comportamentos inrefletidos?! Porque nos preocupamos com a vida dos outros se tantas vezes nem da nossa própria vida sabemos cuidar? Para terminar queria apenas pedir que todas as vezes que for falar de alguém, que for apontar o dedo a alguém, que for difamar a vida de alguém, que for prejudicar a vida de alguém, você se imagine como uma pequena "Borboletinha" indefesa...Não uma "Borboletinha" qualquer, mas a mais feia que você possa imaginar...Com verrugas, com óculos de lente dupla, com sinais estranhos no rosto, com muita gordura, com antenas de mil cores (porque não?)...Enfim imagine que você é a coisa mais feia e diferente que alguma vez se possa ter pensado existir...E imagine como seria se você fosse assim e as outras "Borboletas" ao seu redor decidissem comentar sobre aquilo que você é, xingar de si...Imagine também qual o efeito que isso iria causar na sua vida...Depois de fazer isto; diga-me apenas; se ainda tem vontade de fazer o mesmo com os seus semelhantes?! E fico por aqui desta vez...Estarei de regresso para novas transformações, para novos acontecimentos...A história da "Borboleta Rosa" ainda tem muito para contar...Fiquem por aí e esperam pelo regresso de mais uma aventura desta jovem "Borboletinha"... 

(Rómy Pinto)