quarta-feira, 7 de agosto de 2013

A cor da borboleta


Via a tua luz
o teu brilho reluzente.
A metamorfose que te revelou
Vi a cor da borboleta.

Tua meiguice perturbadora 
o seu coração alado 
o seu medo 
o seu pecado. 

Em tuas asas adormecerei 
não sonharei 
viverei esse sonho 
de olhos e alam aberta. 

Eu vi na cor da borboleta 
o amor personificado 
eu vi no teu silêncio a minha alma. 

Eu vi Você nas asas do destino
do meu destino. 

(Edson Patrick Vasconcelos Pereira)
30-05-2012



Metamorfoses de uma Borboleta capítulo 5º


Se bem se recordam no ultimo capítulo da história da Borboleta Rosa, tudo corria bem o amor tinha perfumado o coraçãozinho da jovem Borboleta ia casar em breve...Estava tão feliz, tão radiante...Mas nem tudo na vida são alegrias, a vida também nos mostra algumas tristezas, momentos mais sombrios, com menos cor...E a nuvem negra que ameaçava chegar perto do "Borboletário" familiar da Borboleta Rosa, por fim chegou mesmo, sem demora, sem avido prévio...Entrou assim no mundo colorido da Jovem Borboleta e pintou tudo de cinza ou melhor dizendo de negro, pois foi mesmo desta cor que o céu que circundava o "Borboletário", bem como o coração da Borboleta, Rosa, se cobriram...Decorria o ano de 1994, em pleno mês de Agosto, dia 24 para ser mais precisa, era verão nessa altura em Portugal, mas o cheiro no ar, em nada lembrava o verão, com a sua alegria, com o seu calor...O Coração da jovem Borboleta cobrira-se de gelo, o frio do mais tristonho Inverno havia invadido todo o seu ser...De repente, sem nada o fazer prever a amada Avó Materna da Borboletinha Rosa, fechou para sempre as suas asas, sem um movimento ou lamento partiu para sempre rumo ao infinito que ninguém conhece...Partiu sem uma única palavra, sem sequer dizer adeus...Foram tempos muito duros...Nada nem ninguém conseguiam arrancar um sorriso do rosto da Borboleta Rosa...A sua vida tinha ruído por completo...Nunca nada apertara tanto o seu coração como este acontecimento...A saudade era enorme e crescia cada dia mais, com maior intensidade...Deixou que o desânimo tomasse por completo conta do seu ser...A descrença tornou-se plena de si e cada dia era apenas mais um, não tinha qualquer importância se chovia ou fazia sol, o seu coração vivia permanentemente coberto pelo Inverno mais duro, pelo gelo mais frio...A sua vida tinha acabado junto com a da sua amada Avó Maria (Miquinhas)...Era isto que sentia, era assim que pensava...Nunca havia conhecido tamanha dor...Não chegariam palavras capazes de descrever o sentimento de amargura que vivia agora dentro da alma e do coração da Jovem Borboleta Rosa...Afastou-se por completo do mundo...Fechou o seu coração para o bem e até para o mal...Era como se existisse, mas não vivesse mais...Sentia-se perdida por completo na sua imensa dor, no seu desgostoso sofrimento...Sabemos bem que a vida é assim mesmo...Tudo começa num pequeno casulo que vai crescendo e abrindo-se para a vida, passamos por transformações, as metamorfoses são constantes e depois tudo termina...Nada dura para sempre...Há vida e morte e temos a obrigação de compreender isto...Tudo morre, mas nada se perde, tudo se transforma e é assim que temos de continuar...É desta forma que temos de acreditar, porque senão a vida deixa de ter sentido...Sofremos com as partidas, mas não devemos encara-las como perdas, porque se sofremos com a partida de alguém, é porque o tempo de existência que tivemos para estar junto desses que partem antes de nós, valeu a pena, marcou-nos por completo e ensinou-nos o real significado do amor...E o amor não se perde, renovasse a cada dia, não morre dentro da gente, mora para sempre dentro de nós, é "roupa" que nos veste por inteiro...Foi nisto que a Jovem Borboleta Rosa, teve de acreditar para sobreviver e enfrentar a dor que o seu coração sentia...Demorou muito para entender isto, mas quando se capacitou de que realmente a vida, ela própria é uma metamorfose, aprendeu que apesar de tão curta que é, vale sempre a pena, se enquanto aqui estiver-mos, voarmos no amor e pelo amor!...A saudade essa ficou para sempre, ainda hoje, tantas vezes em silêncio, a pequena Borboleta chora pela distância física que separa o seu mundo físico do mundo espiritual para onde foi habitar a sua Avózinha...Saudade fica e morre com a gente...Mas o amor também, e a pequena Borboleta compreendeu que enquanto existir vida em si o amor vai continuar a iluminar todos os dias da sua vida e aqueles que partiram antes dela estarão como estrelas cadentes sempre a brilhar no seu céu, sempre a florir no seu coração e na sua alma!!! Maria era o nome da sua Avózinha, e a sua lembrança é e será eternamente um registo maravilhoso no livro da memória de todos aqueles que com ela puderam privar caminhada...Maria hoje voa mais longe, voa mais lá no alto, mas olha pela pequena Borboleta Rosa, todos os dias, intercedendo a Deus e aos Anjos que sempre lhe dêem forças quando o cansaço tomar conta da Borboletinha! O espaço que separa o mundo dos que vivem no céu e o mundo dos que vivem na terra não existe ou fica encurtado no coração daqueles que enquanto viveram conheceram o amor!!! E ficamos por aqui neste capitulo de hoje...Não falamos de coisas felizes, mas tudo na vida é importante, tudo na vida é imprescindível pois ensina-nos...Até do menos bom nós conseguimos tirar boas lições, ensinamentos que nos preparam para cada caminho novo, para cada aventura, para mais um dia que vai renascer diante dos nossos olhos...É nisto que temos de acreditar, é nisto que temos de nos apoiar para seguir adiante sem nunca baixar os braços...Até porque não existe vergonha em termos um dia sofrido...A covardia não reside no sofrimento que nos preenche em alguns momentos da nossa vida...A covardia reside em desistir-mos de acreditar, desistir-mos de querer seguir em diante, desistir-mos de viver bem e de procurar-mos aquilo que nos completa e nos faz sentir feliz! Estaremos de volta em breve para mais um capítulo...Agora avizinham-se momentos mais alegres, mais felizes do que aqueles que aqui foram contados hoje...Esperem para ler...E até que nos voltemos a encontrar nunca se esqueçam que nada se perde...Tudo se transforma e renova diante dos nossos olhares...Basta que acreditemos nisto! (Rómy Pinto)